Produção de Ryan Murphy celebra a comunidade LGBTQIAP+ em três temporadas
Foto de uma das temporadas da série Pose
Foto: Reprodução Internet
Ambientada nas décadas de 1980 e 1990, Pose é uma série essencial e atual. A produção celebra a comunidade LGBTQIAP+ em meio à cultura ballroom, músicas da época e momentos emocionantes. O último episódio foi ao ar em junho de 2021 em sua terceira temporada. A série foi criada por Ryan Murphy, escritor responsável por produções como American Horror Story, Glee, Scream Queens e Comer, Rezar e Amar.
A história acompanha Blanca (MJ Rodriguez), mãe da Casa Evangelista, onde a protagonista acolhe jovens da comunidade. Vista como uma espécie de mãe, a manicure tem o dançarino Damon (Ryan Jamaal Swain) e a profissional do sexo Angel (Indya Moore) como filhos. Blanca abraça os dramas e dores dos integrantes da casa, que participam de bailes de ballroom em competições com danças estilo vogue, além de desfiles de moda.
A líder da Evangelista fez parte de uma das casas mais famosas nos bailes do Brooklyn. Presente em cada noite, a Casa Abundance tem como mãe a glamurosa Elektra (Dominique Jackson), personagem temida por muitos participantes nas competições. Com um estilo que exala referências luxuosas, a famosa líder influencia seus filhos a seguirem a estética da casa em busca de vitórias nas noites de baile.
Sempre com a proposta de celebrar a comunidade, as performances e desfiles são apresentados por Pray Tell (Billy Porter), melhor amigo de Blanca. Com comentários perspicazes, figurinos fashionistas e uma voz potente, o personagem de Porter compõe a história de maneira brilhante em cada momento. A construção de Pray Tell mostra como é possível estar vulnerável e forte ao mesmo tempo, quebrando estigmas impostos pela sociedade sobre pessoas gays.
Pose vai muito além de um produto audiovisual. A série é necessária ao debater assuntos que provocam reflexão e quebram estigmas sobre pessoas LGBTQIAP+. De maneira didática, a produção expõe os dilemas dos personagens, que estão ambientados em uma época retrógada e de costas viradas para discussões voltadas para a comunidade.
Murphy acerta ao não focar somente nas dores, mas também nas alegrias e expressões artísticas. O Brooklyn vira palco para o voguing, as vozes ecoantes das performances e o glamour presente em cada noite de baile. Também entram em cena a importância da dança, divas da cultura pop e dos amores vividos pelos personagens que mergulham em suas paixões em busca de expressar seus anseios e sentimentos.
Ainda que existam os momentos de grande obstáculo, Pose faz questão de apresentar ao telespectador a arte pulsante LGBTQIAP+. O resultado são cenas emocionantes em que o envolvimento com cada história é inevitável. Dos conflitos internos aos relacionados com o mundo, a série se destaca com a abordagem dos assuntos e dos personagens, que conquistam nossos corações a cada episódio.
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