Trilogia chega a um emocionante fim recheado de muito drama e diversão
Poster de Guardiões da Galáxia vol. 3 - Foto: Divulgação/ Marvel
“Guardiões da Galáxia vol. 3” é o desfecho perfeito para esse grupo de heróis que, inicialmente desconhecidos, se tornaram um dos mais aclamados do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). Carregado de emoção, o filme harmoniza muito bem o drama e humor ao longo da narrativa e explorar a essência de cada personagem, tudo isso acompanhado de uma trilha sonora impecável, ao melhor estilo Guardiões da Galáxia.
Rocket Racoon (Bradley Cooper) é o grande protagonista do filme e o centro emocional da história. O personagem, que antes funcionava (e muito bem) como alívio cômico em outras produções, dessa vez traz à narrativa um tom muito mais tenso e emocionante. Com sua origem revelada, o longa mostra todo o sofrimento do passado de Rocket e revela ao público como ele é o fio condutor de toda a história dos Guardiões, falando de sacrifício, amizade e família. A narrativa desse terceiro filme gira em torno do passado cruel de Rocket e o grande vilão responsável por seu sofrimento: o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji). O personagem do cientista maligno e poderoso funciona muito bem e proporciona um nível de tensão, drama e perigo que ainda não se tinha visto nos filmes anteriores dos Guardiões e há tempos não se via no UCM, com um show de atuação de Chukwudi Iwuji.
A maior parte do filme é carregado de perigo e emoção. A cada novo acontecimento, o espectador sente a real tensão daquele momento e teme pela morte de qualquer um dos personagens. A obra demonstra muito bem como utilizar o alívio cômico, diferente de produções recentes da Marvel, desta vez, o humor não se torna um empecilho para o desenvolvimento da história e uma comédia pastelão, mas proporciona cenas muito divertidas e bem elaboradas para contrapor com a carga dramática do filme e trazer um pouco mais de leveza ao espectador. Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff) são os grandes destaques. A dupla funciona com um entrosamento incrível e gera muitas risadas ao público, com cada personagem em sua mais pura essência, conforme vimos ao longo da trilogia.
Guardiões da Galáxia chega aos cinemas para o último capítulo de sua trilogia
Foto: Divulgação/ Marvel
James Gunn, diretor dos três filmes dos Guardiões da Galáxia, sabe trabalhar muito bem essa equipe. Apesar do protagonismo de Rocket, cada personagem tem também sua devida atenção e sua própria história. Peter Quill (Chris Pratt) precisa lidar com a morte da Gamora (Zoe Saldana), ao mesmo tempo em que precisa salvar a vida de Rocket e conviver com a presença de uma Gamora de uma linha do tempo alternativa, e que não sente afeto por ele. E aqui temos um dos pontos fracos do filme. O longa começa mostrando Quill sofrendo de alcoolismo após a morte de sua amada, porém, esse problema rapidamente se dissolve e não volta mais a aparecer no filme, e tampouco explica como foi superado.
A versão alternativa da Gamora, por sua vez, lembra muito o início da personagem nos Guardiões, uma guerreira sanguinária e que proporciona cenas tensas e engraçadas com Peter Quill. Já a sua irmã, Nebulosa (Karen Gillan), se destaca por sua grande evolução. A personagem que anteriormente só importava consigo mesmo e com suas vontades, agora entende muito melhor o valor de uma equipe e se torna essencial para os Guardiões, sua nova família. Por fim, Groot (Vin Diesel) segue proporcionando boas risadas ao público e grandes cenas de ação, além de uma cena, em especial, de grande emoção.
Novos personagens também foram inseridos nesse terceiro filme. Um deles, é o Adam Warlock (Will Poulter), que já havia aparecido nas cenas pós-créditos do longa anterior. Extremamente poderoso nos quadrinhos, Adam é o personagem que destoa desse filme, parecendo não se encaixar à narrativa em muitos momentos. A sensação é de que Adam não estava inicialmente nos planos de James Gunn, mas que foi inserido por um plano do UCM para futuras produções. Além disso, Cosmo também aparece como novidade: uma cachorrinha soviética, telepata e astronauta e que já havia participado brevemente do primeiro filme dos Guardiões. Cosmo, no entanto, não tem tanto destaque ao longo do filme, apesar de propiciar algumas cenas bem humoradas e ser importante em um dado momento de ação.
Além de tudo isso, Guardiões da Galáxia, como de costume da trilogia, traz consigo uma trilha sonora espetacular. A lista contém músicas como “Crazy On You” - Heart, “Dog Days Are Over” - Florence + The Machine, “I Want You Back” - The Jackson 5 e “Come and Get Your Love” - Redbone.
Guardiões da Galáxia vol. 3, conclui uma excelente trilogia da Marvel e fecha perfeitamente o arco de uma história. Apesar da queda da qualidade das últimas produções do UCM, Guardiões da Galáxia mostra que o gênero não está desgastado, mas que precisa de um tempo e atenção maior para ser realizado. A obra tem muito sucesso em focar em sua própria história: não precisa se conectar com outros diversos filmes da Marvel, não precisa explicar multiversos e linhas do tempo, apenas se concentra em fazer uma excelente história dos Guardiões e encerrar essa jornada com uma última viagem carregada de muita emoção, risada e, também, muitas lágrimas.
Aviso: o filme contém duas cenas pós-créditos.
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