Christopher Nolan surpreende ao contar a trajetória épica por trás da criação da bomba atômica em Oppenheimer
Pôster do filme “Oppenheimer” (Foto: Universal Pictures)
Oppenheimer, dirigido pelo renomado cineasta Christopher Nolan, é uma obra cinematográfica que nos transporta para os bastidores da história e revela a trajetória fascinante de um dos homens mais influentes e controversos do século XX. A produção conta a história de J. Robert Oppenhemer, físico teórico que ficou conhecido como o pai da bomba atômica. O filme aborda o Projeto Manhattan, que deu início ao processo de criação da bomba que atingiu as cidades japonesas e deu fim a Segunda Guerra Mundial. A obra explora em sua narrativa as consequências da bomba na vida das pessoas envolvidas e também na história da humanidade. O longa é baseado no livro biográfico “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer”, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. “Oppenheimer” estreia dia 20 de julho nos cinemas brasileiros.
Em "Oppenheimer", a experiência cinematográfica é marcada por três horas de imersão total em uma trama repleta de curiosidade e suspense. Os diálogos envolventes cativam a audiência, enquanto a magnífica trilha sonora de Ludwig Göransson intensifica a atmosfera de tensão ao longo do filme. Embora algumas cenas possam parecer rápidas demais, essa aceleração contribui para o ritmo frenético que mantém o público constantemente ávido para o que virar em seguida. A narrativa parece fazer uma alusão à própria figura da bomba, tornando-se uma corrida contra o tempo. O ápice é alcançado quando a bomba atômica finalmente explode, e em seguida somos confrontados com suas devastadoras consequências tanto para a história da humanidade quanto para o protagonista em um nível psicológico.
O elenco do filme conta com atuações de Cillian Murphy, Florence Pugh, Robert Downey Jr. e Emily Blunt. O destaque vai para o protagonista, o ator irlandês Cillian Murphy, que impressiona ao retratar de forma envolvente os conflitos internos e confrontos mentais do personagem, transmitindo angústia e ansiedade mesmo em momentos de silêncio. Emily Blunt também brilha ao interpretar Kitty Oppenheimer, esposa do protagonista, que apesar de seus próprios problemas e desavenças conjugais, mostra uma dedicação inabalável em proteger sua família das consequências advindas das criações de seu parceiro. O elenco entrega performances de alto nível, demonstrando habilidade e dedicação em suas atuações. Mesmo que alguns personagens tenham uma participação menor na trama, o espectador é capaz de compreender as convicções e motivações que impulsionam cada um deles.
A fotografia alterna entre imagens coloridas e em preto e branco, trazendo um diferencial para a produção filmada inteiramente no formato IMAX, sistema de som e tela aumentada que proporciona uma experiência cinematográfica imersiva. Além disso, o uso de elementos gráficos e visuais torna-se essencial para explorar conceitos de física e para apresentar as visões do protagonista em relação à bomba atômica. A troca de CGI, efeitos gráficos computadorizados, pelos efeitos práticos na produção contribui para um aspecto mais realista, fundamental em uma narrativa baseada em fatos. Através de planos aéreos e panorâmicos, o filme transmite a sensação de imensidão, especialmente nas cenas do deserto, permitindo ao espectador compreender a magnitude do poder destrutivo da bomba.
Oppenheimer é uma obra cinematográfica impactante que vai além da abordagem da questão ética e moral envolvida na criação de uma arma letal que responsável pela morte de mais de 70 mil pessoas. A narrativa também direcionou críticas ao patriotismo norte-americano. Em meio a um cenário de guerra, o filme coloca em evidência questões cruciais sobre os limites para que um país se considere vitorioso em um conflito e questiona o verdadeiro significado da vitória. O filme confronta diretamente a ideia de que vidas japonesas possam ser consideradas sem importância pelo fato de estarem do lado inimigo.
Com uma narrativa cativante e reflexiva, Oppenheimer, é uma produção visualmente impactante e inovadora. A obra de Christopher Nolan se torna um forte candidato à nomeação de Melhor Filme do Ano no próximo Oscar, além de outras indicações por elementos técnicos, estimulando discussões essenciais sobre o valor da vida, as consequências devastadoras da guerra e as responsabilidades das nações no contexto histórico.
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