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  • Foto do escritorVitória Thomaz

Resenha | Pobres Criaturas

Emma Stone entrega um show de interpretação em longa-metragem de Yorgos Lanthimos, a estrela venceu a acirrada categoria de Melhor Atriz no Oscar 2024.



Pobres Criaturas, filme dirigido pelo cineasta grego Yorgos Lanthimos, conquistou 4 Oscars, brilhando como um dos grandes vencedores da noite, atrás apenas de Oppenheimer  em número de vitórias. O longa venceu nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Penteados, Melhor Direção de Arte e na tão acirrada categoria de atuação. Emma Stone venceu a corrida e recebeu o seu segundo Oscar como Melhor Atriz pelo seu papel como Bella Baxter. Em 2017, Stone recebeu o prêmio pela primeira vez na mesma categoria pela interpretação como Mia Dolan em La La Land. Após conferir Pobres Criaturas na tela do cinema, é quase impossível não se impressionar com a grande atuação principal, conseguimos entender o motivo de Stone ter ganho sua segunda estatueta este ano.


Emma Stone vive Bella Baxter, na história que mistura fantasia, comédia e ficção científica a jovem Bella Baxter é trazida de volta à vida pelas mãos de um cientista chamado Dr. Godwin Baxter, interpretado por Willem Dafoe. A personagem é curiosa e querendo ver mais do mundo, ela foge com um advogado e viaja pelos continentes. O advogado Duncan é interpretado por Mark Ruffalo. Bella Baxter é livre dos preconceitos de sua época e exige igualdade e libertação. 


A premissa de voltar a vida apresentada na sinopse do filme relembra a famosa história de Frankenstein escrita por Mary Shelley. Bella é uma criatura, e o longa nos apresenta como viveríamos se fossemos livres dos preconceitos e amarras sociais que a sociedade nos impõe. Imagine renascer sem se importar com os costumes de sua época? Sem possuir limites e apenas viajar em busca de uma liberdade ardente e incansável, Bella Baxter vive tudo isso. Sem nenhum compromisso com questões morais, Bella quer experienciar tudo o que a vida pode fornecer. E Stone nos convence de todos os sentimentos de sua personagem.


O cinema de Yorgos Lanthimos é conhecido por ser fora do comum. Longas como o “O Sacrifício do Cervo Sagrado” de 2017 e “A Favorita” de 2018, dentre outros, fizeram com que a direção de Lanthimos ficasse conhecida pela sua excentricidade. Para quem já é familiarizado, mesmo que pouco com o cinema de Lanthimos, não se surpreende com o novo filme do diretor sendo incomum e fora da caixa. 


Pobres Criaturas talvez não seja um filme para todo mundo (e tudo bem!) Mas para aqueles que irão mergulhar na história contada será uma ótima experiência. Este filme parece feito para as salas de cinema, quem teve a oportunidade de assistir, irá concordar. A trilha sonora é incrível, as imagens do filme são muito criativas de serem assistidas e super diferentes, além de contar com uma direção magistral, tudo enriquece o olhar do espectador. 


Os figurinos do filme merecem um elogio a parte, trazem uma alma única para a história, e uma grande personalidade. O figurino é assinado por Holly Waddington, que recebeu a estatueta de Melhor Figurino. Holly Waddington, cria através das roupas de Bella Baxter e de outros personagens, um mundo único, repleto de simbolismos e significados. Para os amantes de moda, assistir ao longa será incrível para os olhos.



Pobres Criaturas vem recebendo algumas críticas pela liberdade sexual apresentada em todo o longa. Cenas explícitas e bastante nudez, configuram Pobres Criaturas como um filme para maiores de 18 anos, o conteúdo apresentado promoveu algumas repercussões. Mas, as cenas apresentadas, fazem sentido dentro da narrativa do filme. É errado impor a nossa própria moral em um filme que quer te convidar para entrar num mundo de completa fantasia, mergulhar no oculto, no “sujo” e surreal. Pobres Criaturas aparenta querer causar desconfortos e questionamentos na audiência de uma forma proposital, para causar reflexões.

 

O longa-metragem de Yorgos Lanthimos é um ótimo filme na maior parte do tempo no que se propõe, mas poderia não ter a mesma alma se não tivesse a estrela que é a Emma Stone. A atriz domina sua personagem de uma forma incrível no filme. O espectador com certeza terá apreço pela personagem principal, irá gostar de Bella, tudo isso pela interpretação incrível de Emma Stone como Bella Baxter. a personagem Bella é totalmente excêntrica! Na verdade, ao assistir Pobres Criaturas não espere nada comum. Stone conseguiu sustentar totalmente as várias nuances de sua personagem e deu uma interpretação maravilhosa, merecendo todos os elogios possíveis e prêmios.



Pobres Criaturas traça uma narrativa sobre sexualidade bastante interessante, que traz uma lembrança do filme francês "A bela da tarde (1967)", dirigido por Luis Buñuel. A bela da tarde explora sobre os temas de sexualidade e burguesia, sobre como a sociedade enxerga esse tema, os desafios, o obscuro disso, o tabu, e Pobres Criaturas faz o mesmo. Em A bela da tarde com a atuação incrível da francesa Catherine Deneuve temos uma narrativa questionadora e explícita e que usou de um formato de cinema surrealista para contar a história, o que também é visto na direção de Yorgos Lanthimos! O surrealismo, o irreal, é visto em Pobres Criaturas, por alguns momentos o "mundo" de Bella Baxter parece totalmente "fantástico" o que é incrível e totalmente criativo. Estes dois longas de épocas diferentes possuem a mesma intenção: serem confrontadores e instigantes.


Além de todos os detalhes da narrativa, os belos figurinos e ótima atuação de Emma Stone e de todos os atores principais, Pobres Criaturas tem muitas cenas engraçadas, sendo impossível não rir e se divertir com diversos momentos que são tão irônicos e exagerados que se tornam cômicos. Uma obra complexa, fantasiosa e que irá dividir opiniões, mas de certo trará debates e movimentará as pessoas a discutirem cinema, o que é algo sempre importante. 


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