Em Triste fim de Policarpo Quaresma, nos compadecemos com o destino de um desiludido patriota
Montagem com a foto do autor Lima Barreto.
Reprodução da imagem: Tag Livros
Livro mais famoso do escritor e jornalista Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma retrata a vida urbana e rural do Rio de Janeiro no final do século 19, as dinâmicas familiares das classes abastadas e as principais questões políticas discutidas no período.
Barreto nos apresenta o caricato Policarpo Quaresma, major do Exército profundamente ufanista, apaixonado pelas características físicas e culturais do Brasil. Ao longo da história, Quaresma procura ressaltar as riquezas nacionais aos olhos da sociedade, porém suas propostas e iniciativas são recebidas com escárnio e deboche. As seguidas decepções o desestabilizam mentalmente e a preocupação dos seus amigos e familiares faz com que ele adote um estilo de vida mais tranquilo, para esfriar seus ânimos nacionalistas.
Quaresma não abandona suas fervorosas convicções e logo retoma suas tentativas de provar a todos o quão maravilhoso é o Brasil. Entretanto, a vida do protagonista toma um rumo surpreendente quando ele se envolve na Segunda Revolta da Armada, rebelião organizada por oficiais da Marinha brasileira. Sua participação no confronto será decisiva para o lamentável desfecho da história.
Em Triste fim de Policarpo Quaresma, publicado em 1915,, Lima Barreto satiriza diversos elementos da sociedade carioca em transformação, como o elitismo cultural da burguesia, os chamados “doutores”, que adotam costumes europeus, e os militares, que ficaram responsáveis por administrar o país após a proclamação da República. As sutis ironias, as críticas políticas e sociais e as absurdas crenças nacionalistas do protagonista eternizaram o nome de Lima Barreto entre os maiores autores da literatura nacional. A edição da Penguin/Companhia das Letras de Triste fim de Policarpo Quaresma possui 367 páginas e conta com introdução escrita pela historiadora Lilia Moritz Schwarcz e cronologia da vida do autor.
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