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Beatriz Araujo e Julia Lima

8 de Março: Uma data para relembrar conquistas e debater desafios futuros

Atualizado: 8 de mar.

Apesar dos avanços sociais, mulheres ainda lutam diariamente por igualdade e respeito


Por: Beatriz Araujo e Julia Lima


No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data carrega em si os movimentos sociais do início do século XX, nos quais mulheres ao redor de todo o mundo começaram a se unir para reivindicar seus direitos e demandar mudanças sociais.


Ações institucionais também são importantes para garantir as vitórias dessa luta. Buscando reforçar o compromisso da Uerj com as lutas feministas contra a desigualdade e a violência, a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) promove nos dias 7, 8, 10 e 14 de março, no Campus Uerj Duque de Caxias, oficinas, palestras, rodas de conversa e um Ato pela Vida das Mulheres, promovido pelo Fórum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias. A programação e o formulário de inscrição podem ser encontrados no site do evento.


Foto: Pixabay


O 8 de março não é apenas um dia de celebração das conquistas das últimas décadas, mas é também um momento dedicado à cobrança de direitos, e a honrar a memória de mulheres que foram vítimas da desigualdade de gênero e do machismo ainda presente na sociedade. Foi nesse dia que, em 1908, um grupo de operárias têxteis em Nova York protestou por melhores condições de trabalho e igualdade salarial. Esse evento foi essencial para movimentos femininos de diversos países e na criação do Dia Internacional da Mulher. A escolha desta data homenageia não apenas as lutas das operárias de Nova York, mas também a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910, que contribuiu significativamente para a promoção dos direitos femininos.


O Dia Internacional da Mulher foi instituído oficialmente pela ONU somente em 1975. A data foi escolhida por representar a greve das operárias russas em 1917, no qual, diante do contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 90 mil operárias foram às ruas reivindicar direitos femininos, o fim da guerra e do desemprego. O evento, conhecido como “Pão e Paz”, acabou forçando o czar Nicolau II a abdicar do trono, e fez com que o governo provisório concedesse às mulheres o direito ao voto.


A luta é contínua


Apesar de décadas de luta, as mulheres ainda sofrem com a desvalorização, preconceito e principalmente, a violência, vinda até mesmo de figuras públicas de grande influência. Nesta semana, o Club Athletico Paranaense contratou o ex-jogador Cuca para ser o novo treinador do time. O técnico foi acusado em 1987, de estar envolvido no caso de estupro coletivo de uma menina de 13 anos, tendo seu sêmen identificado na vítima. As torcedoras que foram contra a contratação nas redes sociais foram atacadas e ameaçadas por outros torcedores, em sua maioria homens.


O episódio envolvendo o ex-jogador Daniel Alves também é um retrato de como a sociedade enxerga o corpo e a vida das mulheres. Acusado e condenado por estupro, Daniel Alves contou com a ajuda financeira de Neymar, que pagou R$ 800 mil, para que a pena fosse reduzida para 4 anos e meio. Com essa decisão, a Justiça da Espanha expõe que a gravidade do crime pode ser amenizada com um simples pagamento.


Mesmo acompanhadas de uma presença masculina, as mulheres não tem garantia de segurança. Na última sexta-feira (01), uma brasileira foi sequestrada junto de seu marido enquanto passava as férias na Índia. A mulher foi violentada simultaneamente por sete homens, e teve seus pertences roubados. Em relato, a vítima Fernanda Santos conta que os homens levaram poucas coisas “porque o que queriam era me estuprar".


Os números de casos sobre violência e feminicídio têm crescido exponencialmente não apenas em contexto nacional, como também global. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as agressões estão ocorrendo cada vez mais cedo. Em todo o mundo, um terço das mulheres já sofreu violência física ou sexual por um parceiro ou alguém próximo, e 25% das jovens entre 15 a 24 anos já foram vítimas da violência de gênero. 

 

A união é a chave para a mudança


Às mulheres, fica o papel de se unirem para enfrentar tantas lutas. Alunas da Faculdade de Comunicação Social (FCS) criaram um grupo de Whatsapp para integrar as mulheres que compõem esse espaço. Além de dúvidas corriqueiras sobre a vida estudantil, elas alertam umas às outras sobre os possíveis perigos que elas correm no espaço.






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1 Comment


Paulo Cezar Moraes
Paulo Cezar Moraes
Mar 07

Parabéns pela matéria.

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