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Diretoria do Flamengo não faz tabelinha com a torcida

Jogo amistoso, no Maracanã, para arrecadar doações aos gaúchos tem apoio do Flamengo, que votara contra a paralisação do Brasileirão após enchentes no RS.


Por: Livia Bronzato


O ADIAMENTO 


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na quarta-feira (15), anuncia que as rodadas sete e oito da série A do Campeonato Brasileiro foram adiadas. A Federação Gaúcha de Futebol enviou uma solicitação oficial à CBF para que houvesse um intervalo na competição, a pedido de Juventude, Internacional e Grêmio, em razão das graves enchentes no Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada a partir de uma consulta aos 20 clubes da série A, 15 deles se manifestaram a favor da paralisação. Foram eles: Atlético-GO, Atlético-MG, Athletico-PR, Bahia, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Vasco e Vitória.


Segundo a CBF, apenas Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo não comentaram oficialmente sobre o assunto. Ao UOL, no entanto, o Bragantino afirmou apoiar a decisão e ter manifestado à entidade sua posição, surpreendendo-se por não ter sido adicionado à lista dos favoráveis. O Corinthians emitiu comunicado suspendendo a venda de ingressos para o jogo de domingo (19) e o São Paulo afirmou que aceitará a decisão da CBF. Flamengo e Palmeiras foram os únicos times que não se pronunciaram. O público não respondeu bem ao posicionamento desses clubes.


“FUTEBOL SOLIDÁRIO” 


Neste domingo (26), em iniciativa da Rede Globo, com apoio da CBF, da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Flamengo, o estádio Maracanã será palco de um jogo beneficente, para a arrecadação de doações destinadas às vítimas dos desastres no RS. O jogo contará com artistas e importantes atletas do futebol, como Cafu, Ronaldinho, Ludmilla, Thiaguinho, Diego Ribas, Petkovic e outros. O montante arrecadado com a venda de ingressos será doado para a Central Única das Favelas (Cufa), instituição que promove o esporte entre moradores de favelas. E a receita de comercialização dos patrocínios da transmissão do “Futebol Solidário” será doado por projetos da plataforma Para Quem Doar.


UMA ANÁLISE DE GESTÃO


Ao Laboratório de Editoração Eletrônica, Ricardo Benevides, graduado em Relações Públicas e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, comenta sobre as posições da diretoria do Flamengo envolvendo as tragédias do RS. Benevides acredita que a decisão da diretoria do clube demonstra insensibilidade com as vítimas e, também, com a esportividade, já que os times do Sul não estão em condições normais de funcionamento, causando uma desigualdade dentro do Campeonato Brasileiro. É um posicionamento que espelha a despreocupação com condições verdadeiramente justas dentro do esporte.


O professor diz ainda que parte da torcida separa o clube Flamengo e a direção do presidente Rodolfo Landim, por conta de sucessivas decisões da diretoria que desagradam a essa parcela de torcedores. A distância drástica entre a direção e os torcedores aumenta com as demonstrações de que não há a defesa de princípios de esportividade dentro da gestão.


“A visão reativa em relação a essa insensibilidade do Flamengo não pode ter nenhum outro caminho a não ser o reposicionamento do conceito Flamengo em torno de princípios humanos e na defesa do jogo justo, e isso não é o que o Flamengo demonstra hoje. Então, estamos falando, na verdade, não de imagem, mas do Flamengo repensar os seus próprios posicionamentos em torno de seus princípios. A forma como eles são afirmados, a maneira como o Flamengo constrói o conceito sobre si é altamente dependente de outra visão de gestão. A gestão pode ser muito bem-sucedida esportivamente, contratar bem e ganhar títulos, mas ainda sim ser alinhada à ideias absolutamente nefastas.”, diz Ricardo.

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