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Foto do escritorAna Cândida

Espetáculo Guadakan promove conscientização ambiental

Atração vinda do Mato Grosso do Sul estreou no Rio de Janeiro, com apoio da Uerj


O espetáculo Guadakan fez sua estreia no Rio de Janeiro no último dia 22 de junho. O palco escolhido para a apresentação artística foi o Teatro Odylo Costa, filho, na Uerj. A peça junta a Companhia de Dança do Pantanal e a Orquestra de Câmara do Pantanal (OCAMP). A produção celebra o meio ambiente e faz uma crítica e uma reflexão em relação às queimadas que devastaram grande parte do território do Pantanal. Em idioma guató, Guadakan significa Pantanal. 

A narrativa do espetáculo começa desde o princípio onde os antigos entendiam que a natureza deveria e deve ser respeitada para haver um equilíbrio de recursos. À medida que a trama avança, o espetáculo começa a mostrar como a ganância humana e o desrespeito com o ambiente resultam em consequências desastrosas. Por trás do título da peça está um mito relacionado a uma comunidade da etnia que se estabeleceu onde atualmente se localiza a lagoa Gaíva, fronteira entre Brasil e Bolívia, uma região que, inicialmente, era seca e atualmente é a maior planície alagada do mundo. 


A Companhia de Dança do Pantanal e a Orquestra de Câmara do Pantanal (OCAMP) são projetos do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, de Corumbá. A Cia foi criada em 2017 e aborda de forma artística e contemporânea os elementos do território pantaneiro, e expressa através da dança a ameaça sofrida pelo Pantanal. Atualmente, a Cia é formada por bailarinos e ex-participantes do Moinho Cultural. A OCAMP foi criada em 2018 e também é composta por participantes e ex-participantes do Moinho Cultural. Através de uma referência musical, a orquestra produz com criatividade artística e liberdade elementos traduzidos da natureza, e cria uma nova música com identidade e linguagem do Mato Grosso do Sul. 


Cena do espetáculo Guadakan, no Teatro Odylo Costa, filho, na Uerj (Foto: Ana Cândida)


A diretora artística do espetáculo, Márcia Rolon, contou sobre a importância do apoio da Uerj para que a apresentação fosse realizada fora do Mato Grosso do Sul e definiu a oportunidade como um momento inesquecível. “Atravessamos a fronteira para chegar até aqui, alguns dançarinos da nossa companhia viajaram pela primeira vez de avião e tiveram o primeiro contato com o mar. Sem a Uerj não conseguiríamos tudo isso, além de ser muito caro, envolve outros fatores. Essa parceria com a Universidade acaba sendo um impulso para podermos levar o espetáculo para outros lugares, então decidimos escolher o Rio justamente como uma vitrine do Guadakan”. Marcia ainda enfatizou que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi o único parceiro a abrir as portas para o projeto, disponibilizando o palco em si. 


O espetáculo apresenta uma forte sincronia entre a música e a coreografia dos dançarinos, transmitindo emoção ao espectador. A orquestra e a companhia de dança trabalham juntas, com os movimentos corporais dos dançarinos se adaptando ao som dos instrumentos. Esse artifício cria uma carga dramática e emotiva, permitindo que o público sinta o desespero transmitido pelos artistas no palco. Em certo momento um ator chega a citar a quantidade de animais mortos durante as queimadas no Pantanal e, enquanto isso, um dançarino dança como se estivesse agonizando. Os dois elementos da peça se complementam, a dança ganha mais intensidade ao lado da orquestra e o mesmo acontece ao contrário. Guadakan é um espetáculo necessário e incapaz de não mexer com o sentimento de quem está assistindo. 


O projeto conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Guadakan foi apresentado pela primeira vez em dezembro do ano passado, em Corumbá, e posteriormente adaptado para ser apresentado em formato de turnê. O espetáculo já foi visto em 12 cidades mato-grossenses, reunindo mais de 4 mil espectadores. Em sua edição na Uerj, a atração recebeu apoio da PR3 (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura) e foi produzido pelos projetos Vitrine Uerj e Palco das Escolas. Em um momento atual onde a pauta ambiental está sendo bastante discutida e as mudanças climáticas se tornam cada vez mais um perigo, Guadakan se torna um espetáculo indispensável.


Na Uerj, Guadakan teve duas sessões de apresentações no dia 22 de junho: a primeira, às 15h, foi destinada a alunos da rede pública e a segunda, às 19h, para o público geral. Os ingressos foram disponibilizados gratuitamente e as sessões contaram com a presença de uma intérprete de Libras. Com duração de aproximadamente uma hora, a apresentação foi finalizada com grandes aplausos por parte do público presente. 

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