Profissionais e alunos promovem debate sobre a inclusão de pessoas autistas no ensino superior
Por Samira Santos
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) sediou a primeira edição do Simpósio Interdisciplinar sobre Transtorno do Espectro Autista (Sitea) nos dias 12 e 13 de abril. O evento, que ocorreu no auditório 91, 9° andar do bloco F, e na Capela Ecumênica, no campus Maracanã, teve como tema central “Diálogos entre projetos, políticas, práticas e vivências”. Organizado por professores, técnicos e estudantes de diferentes unidades acadêmicas da Uerj, o simpósio reuniu especialistas que trabalham diretamente com a temática do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na universidade.
Foto: Samira Santos
Evento Sitea no auditório do 9° andar
Durante a mesa “Autistas universitários: desafios encontrados no ensino superior”, foram abordados diversos aspectos relacionados à inclusão de estudantes autistas na universidade. Membros do Coletivo Autista, como a graduanda Sarah Sindorf (Jornalismo), a mestranda Ana Muhlethaler (Ciências Sociais) e a doutoranda Maria Leão (Saúde Coletiva), compartilharam experiências e desafios enfrentados nesse contexto.
O Coletivo Autista da Uerj compartilhou seus objetivos durante o debate, que incluem a busca pela garantia dos direitos dos indivíduos autistas, conforme estabelecido pela Lei Nº 12.764/2012. Além disso, o grupo se compromete a ouvir e investigar casos de capacitismo dentro da comunidade Uerj, tanto os que estão ocorrendo atualmente quanto aqueles que ainda não foram legalmente resolvidos. Outra meta importante é a produção de conhecimento e conscientização sobre o TEA. O Coletivo também se dedica ao combate ao racismo, ao capacitismo, à intolerância religiosa e a outras formas de violência estrutural. Por fim, o grupo incentiva e promove a inclusão e a acessibilidade dentro da comunidade Uerj.
A representação na mídia e desafios na universidade
Um dos pontos destacados durante o evento foi a importância dos Núcleos de Acessibilidade e da capacitação docente para garantir a inclusão efetiva dos estudantes com TEA na universidade. Além disso, foram discutidas as barreiras enfrentadas pelos autistas, como a falta de informação e a necessidade de uma maior sensibilização da comunidade acadêmica.
Foto: Reprodução do Instagram
Maria Leão, Ana Muhlethaler, Sarah Sindorf e Guilherme Karl
Na mesa, a pedagoga Ana Muhlethaler destacou possíveis abordagens para promover a inclusão de pessoas com TEA no ensino superior. Ela enfatizou a existência de custos, muitas vezes invisíveis, associados à permanência de estudantes autistas na universidade, como bolsas de estudo e suporte médico ou educacional. Muhlethaler também ressaltou a importância de departamentos de inclusão bem treinados e atualizados com as pesquisas mais recentes, além da necessidade de um treinamento abrangente para todo o corpo docente e funcionários da instituição. Além disso, ela defendeu uma maior pressão sobre as agências de financiamento para que implementem medidas de inclusão e garantam a permanência de autistas, assim como de pessoas com deficiência em geral, em pesquisas e programas de pós-graduação.
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