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Foto do escritorAna Cândida

Projeto possibilita protagonismo de PcDs e auxilia no combate ao capacitismo

Laboratório afeTAR desenvolve grupo terapêutico para pessoas com e sem deficiência visual


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente no Brasil, existem 506 mil pessoas com deficiência visual. Pensando nessa parcela da população que muitas vezes é marginalizada, o laboratório afeTAR, unidade de desenvolvimento tecnológico do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, desenvolveu o projeto “Grupo Terapêutico Pessoas com e sem Deficiência Visual”. O atendimento é destinado a pacientes com deficiência visual, que incluem pessoas com cegueira total ou baixa visão e pessoas videntes, que podem ou não apresentar alguma deficiência.


O projeto visa priorizar a Psicologia com enfoque na deficiência visual, capacitando as pessoas nessa condição como protagonistas, não apenas como uma simples adaptação, e ampliando o dispositivo de atendimento terapêutico em grupo para fomentar uma inteligência coletiva no enfrentamento das questões apresentadas. A abordagem centrada em discussões em grupo promove a troca de experiências e a compreensão mútua, desarticulando ações capacitistas. A Psicologia dedicada a essa área contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva, empoderando os participantes para serem agentes de mudança, redefinindo percepções e quebrando barreiras físicas e atitudinais.


Alexandra Tsallis, coordenadora e supervisora do grupo terapêutico, afirmou que o trabalho nasceu, inicialmente, como um projeto de pós-doutorado desenvolvido por ela no Instituto Benjamin Constant, em 2009. Posteriormente, Alexandra tornou-se professora da Uerj e decidiu trazer o projeto para a Universidade. “No IBC, centro de referência nacional em deficiência visual, desenvolvemos e implementamos um dispositivo clínico que considerasse uma construção, cujo ponto de partida foi aprender com as pessoas com deficiência visual”, complementou a psicóloga. Alexandra também ressalta que o grau de desconhecimento acerca da deficiência visual ainda é grande, um dos motivos para o projeto existir. 


O grupo terapêutico é composto por profissionais devidamente capacitados para trabalhar com pessoas com deficiência visual, que passaram por um treinamento prévio que inclui discussões para instrumentalizá-los no uso do dispositivo, e recebem supervisão contínua. Desde o início do projeto, houve uma abordagem inclusiva ao adotar as opiniões e perspectivas das pessoas com deficiência visual, estabelecendo um trabalho colaborativo entre os profissionais da psicologia e os próprios PcDs. Essa ação demonstra um aprimoramento mútuo do conhecimento, reforçando-se como uma política constitucional do projeto, tanto em sua metodologia quanto fundamentação teórica.


Cartaz de divulgação do projeto (Foto: Instagram)


O laboratório afeTAR, vinculado ao Instituto de Psicologia da Uerj, é uma unidade de desenvolvimento tecnológico que visa criar projetos que promovam a inclusão e a diversidade. Dentre suas iniciativas destacam-se o COM-POR UERJ, grupo de atendimento terapêutico voltado para pessoas negras e realizado por profissionais negros, o projeto Cuidados Paliativos, desenvolvido em parceria com o Hospital Universitário Pedro Ernesto, e o projeto Escola, que contribui para a formação de professores, incentivando o letramento e a adoção de práticas diárias de acessibilidade e inclusão. Além disso, o laboratório oferece o Bancada afeTAR e estabelece parcerias com organizações da sociedade civil.


Atualmente, o grupo conta com uma equipe formada por três estagiárias do curso de Psicologia da Uerj e a psicóloga Loíse Lorena Santos. Os encontros acontecem uma vez por semana e duram uma hora e trinta minutos, com oito participantes. As inscrições para o grupo terapêutico foram estendidas para mais uma edição do projeto, porém as vagas são limitadas. O preenchimento das vagas será por ordem de inscrição, respeitando as reservas das vagas, sendo metade para pessoas com deficiência visual e a outra metade para pessoas videntes. Os encontros serão realizados remotamente, às segundas-feiras, das 17h45 até 19h15, pelo Google Meet. Os interessados devem ser maiores de 18 anos e dispor de acesso à internet, câmera, áudio e privacidade para os atendimentos.


As inscrições são feitas através do preenchimento do formulário disponível no link: https://forms.gle/t63Yepv5p62N6o8s8.


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