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Uerj assume compromisso com acessibilidade

Atualizado: 27 de mai. de 2023

Iniciativa promove assistência para comunidade PcD uerjiana, que é composta majoritariamente por pessoas com deficiência física e visual

Servidores da Uerj e Ricardo Prates, ex-usuário do Rompendo Barreiras, ao lado do reitor Mario Carneiro, durante o VI Encontro do Programa Rompendo Barreiras (Reprodução: PR4/Instagram)


Durante o VI Encontro do Programa Rompendo Barreiras, no último dia 25 de abril, a Uerj anunciou sua prioridade em reestruturar a acessibilidade dentro da Universidade. A iniciativa organizada pelo Rompendo Barreiras, que busca garantir a acessibilidade e a permanência de estudantes com deficiência, conta com o apoio de outras pró-reitorias, como PR1, PR2 e PR4. O objetivo é assegurar a acessibilidade não apenas para pessoas com deficiência, mas também para aqueles que necessitam de suporte, mas não se enquadram na categoria de PcD, incluindo estudantes e servidores.


Quando se fala em acessibilidade logo pensamos em rampas para cadeirantes, por um lado essa associação não está errada, mas vai além disso. Acessibilidade trata-se da criação de condições e recursos que permitem que todas as pessoas, independente de suas limitações, possam participar plenamente de diversos ambientes, incluindo o universitário. Essa iniciativa envolve a remoção de barreiras físicas (estrutura arquitetônica), comunicacionais (garantir que profissionais saibam fornecer suporte a alunos com deficiência) e comportamentais (implementar políticas anti-capacitistas), garantindo que os espaços de aprendizado, serviços e informações disponíveis dentro da Uerj sejam acessíveis a todos.


O Rompendo Barreiras tem 35 anos, mas apenas em 2021 passou a fazer parte da estrutura da PR4, pró-reitoria de assistência estudantil. Valeria de Oliveira, coordenadora do Rompendo Barreiras, reconhece o trabalho realizado até o momento, mas enfatiza a necessidade de fazer mais. “Disponibilizar tecnologias assistivas demanda planos, projetos, orçamento específico, ou seja, política interna. É o que estamos buscando estruturar com essa iniciativa.”. O programa tem ajudado estudantes de diferentes campus da Uerj, através de estratégias específicas para cada caso, oferecendo a assistência necessária para garantir a permanência das pessoas com deficiência na Universidade.


Uma das principais questões problemáticas no sistema universitário atual da Uerj é a falta de controle por parte das unidades acadêmicas na identificação de alunos com deficiência. Muitas vezes, o sistema não registra a condição de PcD dessas pessoas, exceto os que entram por meio das cotas, o que dificulta o trabalho dos órgãos responsáveis em fornecer o suporte necessário. Os casos se tornam ainda mais complexos quando envolvem uma "deficiência invisível", como no caso de pessoas com surdez, em que não é possível identificá-las apenas olhando, ao contrário das pessoas com deficiência física, cuja condição é visível. Isso contribui para a invisibilidade desses estudantes.


O servidor público da Uerj, Ayrton Madruga, de 25 anos, possui baixa visão e conta que durante seus anos como graduando acabou se isolando por conta do pouco apoio que recebia. “Me recordo de momentos muito difíceis, as escadas não têm faixa amarela, com isso já caí diversas vezes. Acredito que a iniciativa é algo fundamental para a promoção da acessibilidade, contudo é necessário dialogar com o grupo que mais sofre pelos problemas. Pois, para resolver essa questão, precisamos pensar no cotidiano de cada estudante e servidor dentro da Universidade, onde a busca por inclusão é urgente e necessária.”, afirma.


A segunda reunião da Comissão de Acessibilidade da Uerj aconteceu no último dia 18 de maio e foi aberta para qualquer pessoa interessada em participar ou contribuir com as novas políticas de acessibilidade. O encontro contou com a presença online da Professora Márcia Denise Pletsch, coordenadora do Grupo de Pesquisa Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional da UFRRJ. Márcia compartilhou os desafios que enfrentou ao implementar a acessibilidade na Rural ao longo dos anos, além de fornecer conselhos sobre como a Uerj poderia seguir em direção a um caminho mais acessível. A Comissão tem como objetivo final elaborar um documento instrucional que será entregue ao reitor, visando á criação de uma Uerj mais acessível tanto para estudantes quanto para servidores.


Servidores e estudantes presentes na segunda reunião do Comitê de Acessibilidade da Uerj (Reprodução: Ailton José da Silva)


A Uerj tem buscado constantemente melhorias para se tornar uma universidade mais inclusiva e acessível. Foi a primeira instituição de ensino superior no Brasil a implementar políticas de ações afirmativas, como cotas, visando democratizar o acesso universitário. Posteriormente, essa iniciativa foi apoiada pela legislação estadual, a Lei nº 8.121/2018, que reserva 5% das vagas de ingresso para estudantes com deficiência. As rampas presentes nos doze andares e blocos da Uerj são consideradas um símbolo de acessibilidade da Universidade, evidenciando a existência de uma estrutura e recursos que podem e devem ser melhorados. No entanto, esses avanços não representam o limite do compromisso da Universidade. A instituição continua empenhada em expandir suas ações e proporcionar um ambiente cada vez mais inclusivo para todos.

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