Projeto UerjBotz coleciona prêmios e abre oportunidades para que alunos de todos os cursos da universidade possam criar máquinas
Ninja e Bloody Mary, robôs premiados criados pela UerjBotz - Foto: Leonardo Siqueira
Criar um robô pode ser uma atividade acessível a qualquer um que tenha interesse - é esse o lema da UerjBotz, um projeto de extensão criado por estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Especializado em robótica, o grupo constrói robôs de batalha capazes de participar de campeonatos estaduais e nacionais. Na última edição do Rio Innovation Week, o maior evento de inovação da América Latina, o projeto teve dois robôs premiados: Ninja foi o primeiro colocado na categoria Mini Sumô Autônomo, e Bloodymary ficou em segundo lugar na categoria Beetleweight.
O Ninja, com apenas 500g, tem uma característica na batalha com outros robôs: é altamente eficaz na manobra de rampagem, ou seja, atacar colocando uma rampa por baixo do robô adversário. A rampa é composta por uma lâmina de aço bem afiada e rente ao chão; permite ao robô passar por baixo do oponente e atacá-lo. A BloodyMary, um robô altamente resistente, é construída com peças de titânio para ajudar a “rampar” os adversários. É altamente veloz e usa a energia de seu próprio movimento para atacar o robô oponente. Esses e os demais projetos foram construídos pelos estudantes na própria universidade, sob orientação do professor Téo Revoredo.
A maior parte do tempo é utilizada no projeto feito no computador. Utilizando softwares, os alunos projetam as peças que podem ser fabricadas de diferentes maneiras, dependendo do seu uso, como em impressoras 3D, caso precisem ser mais leves e maleáveis. Apesar de ser difícil conseguir patrocínio, o grupo conta com a ajuda de duas empresas que ajudam na etapa de usinagem e na obtenção de materiais para produção, conforme explica Luis Felipe Monteiro, vice-capitão do projeto e estudante do 10º período de Engenharia Elétrica com ênfase em sistemas eletrônicos. O projeto também recorre a rifas e editais para arrecadar recursos.
Equipe UerjBotz: primeiro lugar com o Ninja e segundo lugar com a Bloodymary na
Rio Innovation Week - Foto: Redes sociais
Além de construir as máquinas, os membros participam ainda de projetos sociais, como robótica educacional, oferecendo oficinas em visitas a escolas públicas do Rio, realizando pequenos e divertidos projetos para, eventualmente, despertar o interesse dos alunos pela área. Os membros ainda participam de ações como mutirões de doação de sangue, por exemplo.
Criado em 2013, o projeto passou por diversas alterações e reestruturações ao longo dos anos. Só em 2019 foi cadastrado como projeto de extensão, o que permitiu que ele atuasse também junto à comunidade. A UerjBotz se organiza de maneira semelhante a uma empresa e se divide em cinco diretorias: financeiro, marketing, patrocínio, eventos e projetos (que se divide em sub equipes de mecânica, programação e eletrônica). Alunos de quaisquer cursos da Uerj podem entrar no projeto, mesmo que não tenham interesse em participar da construção dos robôs. Segundo Luis Felipe Monteiro, vice-capitão da UerjBotz, é até mesmo possível que pessoas de áreas completamente diferentes aprendam a construir e controlar os robôs.
Na robótica educacional, a celebridade é o Coelho Robô. Ganhador do prêmio da Competição de Robótica Autônoma promovido pelo Programa de Educação Tutorial da Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais (Petee UFMG), ele surgiu da ideia de realizar um projeto simples e divertido. Ao ligar, ele se locomove por pequenos pulos, semelhante a um coelho, e por isso é chamado de “coelhinho” pela equipe. Além dos robôs de combate, um dos destaques do projeto é a categoria de futebol. A equipe está trabalhando em um novo modelo que possa girar rapidamente, "chutando" a bola de maneira autônoma, para competir com outros robôs. Se der certo, será mais um gol de placa da UerjBotz.
Para quem quiser participar da Uerjbotz, é só se inscrever aqui.
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