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‘A IA é uma ameaça existencial ao jornalismo’, afirma Renata Lo Prete

Em debate no Web Summit, jornalista diz que relevância da profissão cresce em meio ao aumento de manipulações feitas por IA


Por Julia Lima



Renata Lo Prete com Nuno Santos (CNN Portugal) e Laura Bonilla (AFP). (Reprodução: Everton Victor)


Quanto maior a desinformação em suas múltiplas facetas, inclusive com uso de inteligência artificial, mais importante é o papel do jornalista. Foi assim que Renata Lo Prete, apresentadora do Jornal da Globo, resumiu a importância do trabalho jornalístico nos dias atuais. Ela participou do segundo dia do Web Summit em duas mesas que discutiam o impacto dessa tecnologia na cobertura jornalística, principalmente quando o assunto é política. Para a jornalista, a maior preocupação para as eleições deste ano, que acontecem em 64 países, são os áudios modificados. É fácil achar na internet ferramentas gratuitas que consigam fazer modulação de voz e assim “colocar palavras na boca” de um adversário ou até mesmo de jornalistas.


Lo Prete destaca que o Brasil é a quarta maior população votante do mundo - 150 milhões - e o terceiro maior usuário de Whatsapp, sendo o primeiro na utilização de áudios para a comunicação. Dessa forma, o trabalho jornalístico de filtrar esses áudios e determinar se são verdadeiros ou não é ainda mais importante na realidade brasileira, ainda mais em ano de eleições. Ela resumiu afirmando: “Da mesma forma que fomos atacados como nunca antes, somos mais importantes que nunca.”


“A IA é uma ameaça existencial ao jornalismo”, disse Lo Prete. Em sua opinião, para enfrentar tal ameaça é necessário incentivar a formação de novos profissionais que entendam a importância desse serviço para a sociedade. Quanto à descredibilização da profissão pelo público, o antídoto, na avaliação da apresentadora, seria explicar de forma clara o porquê de os veículos fazerem esse ou aquele tipo de cobertura.




Renata Lo Prete, Greg Williams (Wired) e Vera Bergengruen (Time). (Reprodução: Julia Lima)


Contra fake news, a relevância da checagem de fatos


Para Lo Prete, “na política, o custo de mentir caiu muito.” E, para conter essas mentiras, ela destacou o trabalho de agências de checagem, principalmente o Fato ou Fake, da Rede Globo. A apresentadora destaca, no entanto, que fazer verificação excessiva de todas as mentiras que são publicadas é se render à agenda de quem as criou.


Por isso, finalizou a apresentadora, o jornalismo deve continuar fazendo seu trabalho de forma independente e imparcial, ainda que os profissionais possam sofrer algum tipo de retaliação. As empresas, por sua vez, devem fornecer segurança jurídica e física para seus funcionários a fim de buscar minimizar esses impactos e proteger os jornalistas.




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2 Comments


Paulo Cezar Moraes
Paulo Cezar Moraes
Apr 25

Parabéns pela informação, excelente matéria.

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Sam Santos
Sam Santos
Apr 25

incrível 👏👏👏

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