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Aplicativo cria mercado livre para comprar e vender água tratada de esgoto

Ferramenta criada por engenheiros da Uerj permite comércio de reservas de água que seriam descartadas



Reprodução: Freepik


Você já imaginou comprar água do esgoto? E, mais ainda, reutilizar essa água? É essa a proposta de um grupo de engenheiros do CESA (Curso de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental) da Uerj. Com um aplicativo de celular chamado Reusa, eles querem criar um mercado virtual de água não potável, mas utilizável para outros fins.


A água vem principalmente de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e - repetindo - já foi tratada. Pode ser usada em geração de energia, irrigação agrícola, para limpeza e combate a incêndios.


O Reusa ainda está em fase de testes. A ideia é que ele funcione como uma espécie de marketplace, que pode ser usado por interessados na compra e na venda da água não potável para reutilização. Companhias, empresas, condomínios, agências ou quaisquer outros grupos interessadas nos usos da água podem cadastrar-se como compradores no aplicativo. Os potenciais clientes passam por verificação e confirmação dos dados, tudo feito no próprio sistema do aplicativo. 


Os vendedores, por sua vez, são principalmente concessionárias de saneamento, como as Estações de Tratamento de Esgoto, que já armazenam água para reutilização. Elas também passam por verificação a fim de checar se estão dentro das normas sanitárias. 


Com tudo conferido, começam as negociações. Os interessados em comprar recebem informações sobre tipo, quantidade, qualidade e preço da água disponível.



Reprodução: Instituto de Engenharia


A ideia do Reusa surgiu por volta de 2019, graças a um TCC que discutia a racionalização do uso da água não potável e a baixa quantidade de pesquisa envolvendo o assunto. Em 2020, a dissertação de mestrado de  André Alcântara de Faria, defendida na Faculdade de Engenharia, mapeou a demanda por água potencialmente reutilizável na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e mostrou que era viável pensar num mercado para esse recurso. No Brasil, reutilizar água não potável ainda é algo raro, e a maior parte dessa água acaba por ser despejada em baías, rios ou no oceano.


O coordenador do Reusa, Marcelo Obraczka, disse que o aplicativo contou inicialmente com fomento do InovUerj. Depois, foi incubado pela startup Sai do Papel e contou posteriormente com fomento do Sebrae. No entanto, as verbas fornecidas por esses órgãos acabaram, e agora o Reusa busca novas fontes de financiamento. Os pesquisadores buscam ainda um programador capacitado para finalizar o desenvolvimento do aplicativo.



Além do financiamento, outra dificuldade é a barreira cultural no uso da água tratada de esgoto. “Para a implementação do Reusa, as dificuldades estão muito relacionadas à falta de conhecimento da população e uma certa barreira cultural no uso de uma água que já foi esgoto… as pessoas precisam vencer essa barreira”, relata Obraczka.


Atualmente, o Reusa está em fase final de testes, que devem terminar no segundo semestre deste ano. A expectativa é que o aplicativo esteja disponível para uso geral em 2025. 



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