Aumento no número de casos da doença acende alerta em meio a novas variantes
Uso de máscaras volta a ser uma recomendação (Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro)
Estamos livres da Covid? Ao que tudo indica, não. A OMS registrou 1,5 milhão de novos casos da doença em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, o que indicou um aumento de 80% em relação ao mesmo período no ano anterior. Por outro lado, as mortes caíram 57%.
Os cientistas também identificaram uma nova variante, a EG.5, conhecida como Éris. No Brasil, o primeiro caso da nova variante foi registrado em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, a paciente infectada é uma mulher de 71 anos com esquema vacinal completo. Ela teve febre, tosse, fadiga e dor de cabeça e já está curada.
O coordenador de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Marcos Junqueira do Lago, afirma que o vírus da Covid continuará passando por mutações. O médico infectologista explica que, pelo fato de o vírus SARS-CoV-2 ser novo, vai passar por mutações de forma mais rápida; vírus mais antigos tendem a ter menos mutações. Há exceções, como o vírus da Influenza, que sofre esse processo anualmente e de forma repetida.
Lago explica que as mutações tendem a levar o vírus a um padrão de menor agressividade. “Com o tempo, ele vai se tornar um vírus semelhante a um vírus comum que provoca um resfriado”, disse o infectologista.
As máscaras, onipresentes durante todo o período pandêmico, voltaram a ser recomendadas pelo Ministério da Saúde para pessoas com sintomas gripais. A recomendação também vale para quem tem fatores de risco para a Covid-19.
No último mês, a UFRJ, uma das maiores universidades da América Latina, voltou a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados e aglomerações. Em nota, a instituição afirmou que a medida se deve ao aumento do número de casos, com base nas informações da OMS.
Lago enfatiza que, daqui para a frente, o ideal é que a máscara seja incorporada como um hábito da população - assim como já acontecia em países orientais, como Japão e Indonésia. Para o médico, as recomendações de uso da máscara são individuais e não obrigatórias. O especialista reforça, porém, que é saudável a utilização contínua quando se tem um quadro de gripe ou resfriado comum, ainda que exista a possibilidade de não ter sido infectado pelo vírus do Covid-19.
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