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Foto do escritorNicole Mendes

Entrou na faculdade? Parabéns e olho na saúde mental

Atualizado: 29 de fev.

Descobertas, conquistas e angústias de quem está chegando à universidade


(Alunos de Comunicação Social no trote. Foto: Marcos Vinícius)


Em meio à animação de estar começando a vida universitária, calouros também se veem diante de medos e incertezas sobre o futuro – por isso é importante ficar de olho na saúde mental. E não é diferente para os 6 mil estudantes que estão chegando à Uerj.


Mesmo felizes com a conquista, os calouros também sofrem com a pressão para se acostumar a um novo ambiente e ficam ansiosos com o desempenho em sala de aula. O processo de adaptação não se limita apenas ao aspecto acadêmico, mas também abrange a transição para uma vida mais independente. Muita gente tem dificuldade de conciliar estudos, vida social e autocuidado. 



Euforia é a palavra que Guilherme Couto, de 20 anos, usa para descrever a sensação de finalmente ingressar na Uerj. O calouro de Psicologia encara a nova etapa da vida como uma oportunidade, e com mais entusiasmo do que aflição. “Eu espero sair da minha bolha, viver um mundo diferente do que já vivo e ter experiências boas e ruins”, diz confiante. “Sinto que vou estar mais completo como pessoa.” O estudante acredita que ter uma rede de apoio é essencial para continuar em um ambiente tão estressante quanto a universidade e diz que pretende fazer novas amizades. “Todo mundo que inicia uma trajetória estudantil-universitária genuinamente precisa de amigos.”


Já o calouro de Geologia Lucas de Barros, de 18 anos, conta que tem medo das diferenças de cobrança entre a universidade e a escola. “Tem sim uma grande insegurança de que, mesmo tentando meu máximo, talvez eu não consiga ir bem”, afirma o jovem. Recém-saído do Ensino Médio, ele vê a faculdade como uma surpresa e, apesar das incertezas, trata com positividade a nova experiência. “Ainda estou tentando me dar conta de que eu estou na faculdade. Meu eu de um ano atrás achava que nem passaria na escola, talvez o Lucas do passado não deveria pensar tão pra baixo”, ri.



A competitividade, o sentimento de isolamento e o início das responsabilidades da vida adulta também são motivos de medo para os ingressantes. É o que diz a professora Claudia Tallemberg, docente do Instituto de Psicologia da Uerj. “O ambiente universitário parece marcar uma passagem para a vida adulta e de responsabilidades, num ambiente muito mais amplo do que uma escola, por exemplo”, explica. “Há preferencialmente um modo de existência ultra individual, esvaziando este espaço e cerceando outras sociabilidades que fazem parte da experiência de formação na universidade.”


Tallemberg também acredita que a Uerj não é totalmente acolhedora para os novos ingressantes e que há muito a fazer para tornar o ambiente mais receptivo e saudável. Espaços de diálogo podem ser uma solução. “Quando falo de espaços de acolhimento, isso não se traduz exclusivamente em espaço de atendimento psicológico, por exemplo, mas espaços de diálogo para pensar estratégias de cuidado e acompanhamento inclusive pedagógico, propostas de revisão curricular, inclusive de carga horária, processos de avaliação, entre outros.”




(Isabel Iannarella no trote Arquitetura e Urbanismo em 2023. Foto: Arquivo Pessoal)



Quem já passou por essa etapa relembra o sentimento de insegurança dos primeiros semestres. É o caso de Isabel Iannarella, aluna do terceiro período de Arquitetura e Urbanismo, que descreve como complicado seu período de adaptação à faculdade. “No início foi muito difícil e acho que até hoje estou me adaptando a uma nova vida. Tive que amadurecer e passar a entender como funciona uma vida independente”, diz a jovem de 20 anos. 


No caso de Iannarella, houve uma dificuldade a mais: ela precisou se mudar para Petrópolis para frequentar o seu curso. “Foi muito difícil. Principalmente a adaptação a uma cidade menor que o Rio foi um grande choque. Tudo é diferente.” A jovem diz que a universidade representa um período de constante amadurecimento e aprendizagem e aconselha os calouros a adotarem uma rotina saudável para que não afete a saúde mental. “Devem aproveitar também o lado que não é acadêmico! As amizades, as festas, a atlética e tudo mais!”, aconselha.


O Instituto de Psicologia da Uerj oferece serviços de atendimento psicológico e eventos sobre saúde mental para moradores do município do Rio de Janeiro. O atendimento, focado nas principais demandas do paciente, é realizado por estagiários de psicologia. As inscrições são feitas online, através de um formulário aberto mensalmente e divulgadas pelo Instagram e site do Instituto.


Para saber mais acesse o Instagram @psicologiauerj.


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