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Foto do escritorJulia Santos

Festival 3i debate inovação e força do jornalismo hiperlocal

Atualizado: 12 de set. de 2023

Evento realizado no Rio discutiu novas formas de financiamento na atividade jornalística.




O festival 3i, um dos principais eventos de jornalismo e empreendedorismo da América Latina, retornou de forma presencial ao Rio de Janeiro. Entre os dias 5 e 7 de maio, o público acompanhou debates sobre inovação, sustentabilidade e ética da profissão. O evento é realizado desde 2017 pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor).


A mesa de abertura, intitulada “Encontro de redes, jornalistas locais e hiperlocais”, contou com a presença de comunicadores que debateram os desafios de fazer jornalismo de maneira independente. Participaram da conversa Claudia Ferraz (Rede Wayuri), Emilio Azevedo (Agência Tambor), Jefferson Barbosa (Perifa Connection e Voz da Baixada) e Luene Karipuna (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB). A mesa foi mediada por Sanara Santos, coordenadora do laboratório Énois, projeto voltado para a construção de um jornalismo mais diverso e representativo.


A comunicadora indígena Claudia Ferraz falou sobre o assédio sofrido por ela e pelo coletivo Wayuri e como isso impacta a sua percepção sobre a profissão. “Afeta de uma maneira que às vezes nos deixa um pouco tristes, porque a nossa missão, enquanto comunicadores indígenas, é repassar as informações verdadeiras e alertar sobre os riscos e perigos que atingem os nossos povos”, disse.


Claudia enfatizou a relevância de seu trabalho e a necessidade de mostrar que povos originários sabem falar sobre eles mesmos. Para ela, é importante levar notícias às comunidades indígenas. Em atividade desde 2017, a Rede Wayuri possui cerca de 30 comunicadores e atua no Rio Negro, em uma das regiões mais preservadas da Amazônia. O coletivo recebeu o prêmio de Projeto de Justiça Social durante o Fórum Mundial de Justiça, graças ao trabalho realizado com o combate a notícias falsas.


A apresentadora do podcast Wayuri ainda falou sobre as mentiras vinculadas aos povos indígenas e fez uma relação com o Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News. O PL pretende coibir a circulação de notícias falsas e a disseminação de discursos de ódio na internet. “Por esses tempos, nós (do coletivo Wayuri) trabalhamos em alguns episódios especiais do nosso podcast falando sobre o combate a essas inverdades no Amazonas. A nossa ideia é mostrar as informações verdadeiras”.


Claudia relatou de que maneira o trabalho no combate às notícias falsas ajudou a região onde a Rede Wayuri atua. Segundo ela, muitos parentes nas comunidades eram afetados pelas mentiras e acreditavam que as informações eram verdadeiras. A produção feita contra as inverdades e na língua do povo Wayuri auxiliou no esclarecimento para a população.


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