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Nicole Mendes

Gastando o latim

Projeto de estudantes de Letras busca facilitar ensino da língua entre universitários

(Foto: Lucinda Domingues e Beatriz Lins, da monitoria de latim, e o gabarito do material didático que elas criaram para ensinar o idioma)

O Latim pode ser uma dor de cabeça para os estudantes de Letras, mas duas estudantes decidiram mudar isso. Lucinda Domingues e Beatriz Lins, alunas de Letras-Latim e Letras-Japonês, lideram um projeto de monitoria que procura tornar o aprendizado da língua mais fácil e se aproximar dos alunos por meio do Discord e do Instagram. O projeto Monitoria de Língua Latina foi apresentado na 32° edição da Uerj Sem Muros, evento de divulgação acadêmica realizado pela Universidade em setembro.


A Monitoria de Língua Latina da Uerj começou quando Domingues, atualmente no sétimo período, se interessou em se tornar monitora de Latim e percebeu que o contato entre alunos e monitores era distante. Por isso, em 2022 ela criou no Discord um canal para um canal para esclarecer dúvidas – e que funciona até hoje. As aulas acontecem de acordo com a demanda dos alunos, que, claro, aumenta em época de prova. O atendimento é online ou presencial. Em setembro deste ano, a Monitoria criou também um canal no Instagram para atrair alunos para o projeto.


Considerada uma língua morta, o Latim é uma matéria considerada desinteressante por muitas turmas, que acham inútil aprender um idioma que não é mais usado, Lucinda discorda de que não há utilidade em aprender latim, já que ele é a base para se aprender português. “As pessoas não conhecem a base nem a origem da nossa língua e por isso acham o latim desnecessário. Mas na verdade o latim continua vivo, utilizamos diariamente. Boa parte da construção das nossas palavras se manteve do latim”, explica. Domingues acredita que o principal problema de aprendizado é o estranhamento dos estudantes que nunca tiveram a disciplina antes de entrarem para faculdade e não sabem como usar o idioma.


A monitoria não é benéfica apenas aos alunos, mas para as monitoras também. De acordo com Domingues, ensinar latim ajudou a montar uma base em que ela consegue enxergar melhor as maiores dificuldades e a evolução do aprendizado dos estudantes, o que é importante, já que ela quer ser professora. Por precisar procurar textos para servir de exemplos, as monitoras passaram a estudar mais a língua. Também chegaram a autores com os quais nunca teriam contato. As monitoras também produziram materiais para serem utilizados em sala de aula e ajudar no aprendizado do idioma. Um deles é um jogo no qual o aluno tem que identificar as partes de um animal - só que tudo está em latim, e, pela semelhança entre as duas línguas, o estudante vai aos poucos aprendendo de que vocábulo latino se originam que palavras corriqueiras em português, como cauda, asa e rostrum - respectivamente, cauda, ala e rostrum, por exemplo.



“Essa experiência me proporciona bagagens que eu tenho certeza de que lá no futuro eu vou utilizar. A monitoria é uma porta que se abre tanto academicamente quanto profissionalmente”, afirma Domingues.


Os alunos de Letras que querem se candidatar a participar do projeto devem procurar o Instagram @monitoriadelingualatinauerj e acessar o canal do Discord no link da bio. O projeto funciona de segunda a sexta nos turnos da manhã e da tarde.


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