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Foto do escritorDavi Guedes

O batizado de Tietasaura

Como cientistas da Uerj misturaram literatura e paleontologia para nomear novo dinossauro


Por: Davi Guedes


Modelo de Tietasauro derbyana, criado a partir dos fósseis. Créditos: Kamila Bandeira


Cientistas da Uerj identificaram uma nova espécie de dinossauro que viveu na região do atual recôncavo baiano, cuja descoberta é especialmente relevante no campo da paleontologia. A espécie foi denominada Tietasauro derbyana. O achado foi anunciado no periódico Historical Biology.


O nome do dinossauro faz referência a Tieta, protagonista do romance “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, ambientado na região na mesma região onde foi identificado o dinossauro. O nome do animal também alude ao geólogo Orville A. Derby, um dos pioneiros da paleontologia brasileira. Com isso, o nome do novo dinossauro homenageia ao mesmo tempo a literatura e a ciência brasileiras.

                               

Kamila Bandeira e Valéria Gallo, do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag), coordenaram a equipe responsável por essa descoberta. Os fósseis foram identificados por Kamila ao final do seu mestrado, no Museu de História Natural de Londres em 2016. Em 2020, após uma análise minuciosa dos registros, percebeu-se que eles podiam se tratar de exemplares perdidos, coletados entre 1859 e 1906. Por meio de uma análise comparativa com fósseis semelhantes, os pesquisadores constataram que eles continham particularidades biológicas, o que indica a descoberta de uma nova espécie. 


O achado também comprova a existência de dinossauros do tipo Ornithischia - uma ordem de herbívoros - nas Américas. Antes disso, somente evidências indiretas, como pegadas, indicavam a existências desse grupo nessa região. Com o achado dos fósseis confirma-se que eles efetivamente habitavam o continente. 


Segunda as pesquisadoras, os registros também são especialmente raros, pois datam de cerca de 130 milhões de anos atrás, época de uma era geológica conhecida como Pré-Barremiano. O achado de novas espécies desse período é bastante incomum. A pesquisa recebeu financiamento de instituições como a Capes, CNPQ e Faperj.


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